Poker, xadrez e videogames: atividades proveitosas para o cérebro na hora de descansar

O ano letivo está próximo do fim. A partir da segunda quinzena de dezembro, as férias escolares entrarão em vigor na maior parte do país. No momento de descanso dos estudantes, há algumas maneiras proveitosas de relaxar e se entreter que são proveitosas para o cérebro.

Poker
Videogames são apelativos para a maioria dos jovens de hoje em dia

Atividades como jogar poker, xadrez e videogames traduzem em aumento na capacidade do cérebro através de diferentes formas. Abaixo, aprofundamos um pouco sobre como cada uma dessas atividades de lazer atuam positivamente na mente.


Videogames

Jogar através dos consoles ou smartphones é uma atividade favorita de muitos jovens. Segundo dados levantados pela Pesquisa Games Brasil 2019, cerca de 83% das pessoas jogam diretamente pelo celular, enquanto 48,5% da população prefere consoles como PlayStation 4 e Xbox One.

Além disso, o Brasil é um dos principais países do mundo quando o assunto são os esportes eletrônicos, pois está atrás apenas da China e dos Estados Unidos em número de fãs.


Como não poderia ser diferente, os jovens entre 13 a 21 anos compõem uma boa parcela da totalidade dos gamers no país. Esses fatos comprovam que o Brasil adora os videogames e o cenário só deve melhorar para o futuro.

Uma das maneiras de como os videogames ajudam a melhorar a capacidade mental é pelo aumento da matéria cerebral. Em um estudo publicado em 2014, pesquisadores do Instituto Max Planck, da Alemanha, provaram que gamers de Super Mario 64 tiveram um aumento no tamanho das regiões cerebrais. Entre as principais regiões fortalecidas, estão aquelas responsáveis pela formação de memória, planejamento estratégico, orientação espacial e até mesmo habilidades motoras.Inclusive o jogo da roletinha online tambem pode ser divertido.

Para chegar à conclusão, os pesquisadores analisaram cerca de 25 participantes que jogaram o game por cerca de 30 minutos por dia durante dois meses. “O estudo prova que regiões específicas do cérebro podem ser treinadas através dos videogames”, afirma Simone Kuh, uma das pesquisadoras do Instituto.

Já o médico do esporte Gustavo Magliocca e a pediatra Ana Escobar afirmam que jogar videogame pode melhorar a coordenação motora, o aprendizado e a atenção de quem joga.

“Os jogos de antigamente desenvolviam apenas os membros superiores, mas como agora o videogame já exige movimentos do corpo todo, desenvolve também a coordenação geral. Além de melhorar a atenção, os especialistas explicaram também que jogar pode aumentar os reflexos, melhorar a memória e até o equilíbrio”, destaca Gustavo.

Xadrez

Prática do xadrez traz inúmeros benefícios para o cérebro

> Photo by Marco Verch >>> CC BY 2.0 >>

Considerado um jogo de complexidade alta e de altíssimo nível estratégico, o xadrez estimula a lógica, a estratégia e a tática. Além de ser um esporte com origens milenares, ele também pode ser considerado como uma arte ou até mesmo ciência.

O “nascimento” do xadrez como esporte aconteceu em 1851 e desde então a modalidade tem ganhado popularidade por todo planeta. São vários os benefícios do xadrez e eles estão comprovados pela ciência. O neurologista Robert Friedland é um dos maiores estudiosos do efeito desse esporte na mente humana.

Em um estudo divulgado no jornal The New England Journal of Medicine, Friedland concluiu que os jogadores de xadrez trabalham o lado do cérebro que está intrinsicamente relacionado com as lembranças e que praticar essa modalidade ajuda no melhor funcionamento da memória.

Já o Dr. Stuart Margulies estudou mais de 50 jogadores de xadrez que ainda estavam na categoria amadora e chegou à conclusão que a modalidade auxilia no aprendizado maior de um novo idioma.

O Dr. Robert Ferguson vai ainda mais fundo e afirma que o xadrez é positivo para os praticantes no que diz respeito a melhorar a capacidade cerebral de resolver problemas. Segundo o médico, os jogadores que praticam com frequência contam com até 17% de capacidade maior em resolver problemas quando comparado a pessoas que não têm contato com esse esporte. O xadrez pode não ser tão popular hoje em dia quanto o poker e o videogame, no entanto, sua importância para o lado neurológico e o entretenimento gerado não podem ser subestimados.

Poker

Se o xadrez é um esporte da mente classificado com nível estratégico muito alto, o mesmo é enquadrado para o poker. Modalidade de cartas mais popular do planeta, o poker cresceu bastante nos últimos 20 anos e o Brasil acompanhou esse aumento de popularidade.

A nova geração do poker está muito afiada e competindo em nível muito alto. Warley Bruno, de apenas 23 anos e um dos melhores do país, é um exemplo disso. Bruno Volkmann, número dois do Brasil no poker online e ainda na casa dos 20 anos, é outro exemplo.

O poker atrai os jovens por sua dinâmica rápida, ter muita estratégia e a necessidade de analisar a linguagem corporal dos adversários. Além disso, uma das outras vantagens é que o poker no celular conta com as boa parte das possibilidades e variantes daquele que é disputado no desktop e isso permite com que a modalidade seja praticada em momentos casuais da rotina.

Também vale ressaltar que, por conta dos gráficos básicos, o poker geralmente pode ser jogado no mesmo computador destinado aos estudos, visto que não é necessário hardware avançado para tal.

Por ser um esporte altamente estratégico, o poker exige muita capacidade do cérebro e isso exercita a mente. Naturalmente, vários especialistas na área da neurologia já estudaram as vantagens que o poker traz para o cérebro.

Um dos principais estudiosos do tema é o estadunidense Stephen Simpson, que afirma que o poker ajuda a criar novas conexões neurais e auxilia na liberação de uma substância chamado mielina.

“Quando praticamos novas atividades, novos caminhos para os neurônios são criados. Todo esse processa é saudável para a mielina, o que é positivo para o cérebro. Quanto mais jogamos poker, mais mielina é criada”, completa Simpson.

O poker também instiga outras áreas do cérebro que são parecidas como o xadrez, a exemplo da capacidade de resolver problemas e de agir sob pressão.